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Foto do escritorErika Bismarchi

Padroeira do Brasil: a Nossa Senhora é nossa!

Atualizado: 6 de nov. de 2023

Todos os brasileiros reconhecem a imagem da padroeira, mas nem todos conhecem a sua verdadeira história. Saiba, a seguir, algumas curiosidades sobre a primeira aparição da “mãe” do Brasil: a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, mais conhecida como Nossa Senhora Aparecida, ou apenas Nossa Senhora, para os íntimos.



Antes de partir para a história, é importante ressaltar que, segundo os católicos, o título de “Nossa Senhora” se refere a Maria, mãe de Jesus. Portanto, na crença católica, pode-se dizer que todas as “Nossas Senhoras”, como Nossa Senhora de Fátima, do Carmo, das Dores, entre outras, são manifestações da mãe de Jesus Cristo.


Esta Nossa Senhora, a brasileira Aparecida, foi batizada assim em referência ao lugar que ela apareceu: Aparecida, no interior do Estado de São Paulo. A história dela começa na segunda semana de outubro de 1717, época em que a cidade Aparecida ainda fazia parte de Guaratinguetá.


O conde de Assumar, Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, estava de passagem pela região, quando o povo de Guaratinguetá decidiu fazer uma festança em homenagem a ele. Mesmo não sendo temporada de pesca, os pescadores lançaram seus barcos no Rio Parnaíba em busca de alimento para oferecer ao nobre. Mesmo sem conseguir apanhar quase nada e já quase desistindo, eles lançaram mais uma vez a rede, e, em vez de peixes, fisgaram o corpo de uma imagem sacra, só que sem a cabeça. Então, lançaram novamente a rede, e, desta vez, conseguiram pescar a cabeça da santa.


Segundo os relatos, após a chegada da imagem no barco, eles pescaram muitos peixes, o que foi considerado um milagre. A partir daí, começou a devoção à Nossa Senhora Aparecida, a santa brasileira - e o número de devotos não parou mais de crescer.


Muitos acreditaram que a santa pescada era a Nossa Senhora da Conceição, enegrecida pelo tempo que passou submersa no rio. Mas vale levar em conta o valor simbólico da imagem negra, sendo o Brasil um país onde há uma expressiva população negra, e tendo sistema escravagista vigorado por mais de um século, de modo que muitos brasileiros se veem representados nela. Assim, ela se tornou também um símbolo de libertação, além do acolhimento e cuidado piedoso materno.


Além do milagre dos peixes, outros inúmeros portentos foram atribuídos a ela, inclusive a libertação do escravo Zacarias. Segundo contam, ele estava voltando amarrado para a fazenda de onde havia fugido, quando, machucado, passou pela capela que havia sido construída para abrigar a Nossa Senhora, em 1734, no alto do morro dos Coqueiros, e pediu para rezar. Ele teria se ajoelhado em frente à santa e, em meio às suas preces, as correntes se soltaram. Dizem que quem viu ficou impressionado e por isso Zacarias se tornou livre daquele dia em diante.


A fama dos poderes de Nossa Senhora Aparecida se espalhou rapidamente pelo Brasil todo e, em 1834, ela ganhou um templo maior, a atual Basílica Velha, que foi solenemente benzida em 1888. No mesmo ano, a santa ganhou o seu manto ricamente ornado em pedrarias e ouro de cor azul anil e uma coroa cravejada em diamantes e rubis da princesa Isabel.


Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi reconhecida como Rainha do Brasil e Padroeira em 16 de julho de 1930, por decreto do Papa Pio XI, embora a imagem já tivesse sido coroada anteriormente, em nome do Papa Pio X, por decreto, em 1904.


Graças a tanta devoção, em 1955, começou a construção da Basílica Nova, também conhecida como Santuário Nacional de Aparecida, a maior catedral mariana do mundo. Em 1980, o Papa João Paulo II, em sua visita ao Brasil, consagrou o local em missa solene e proclamou o dia 12 de outubro como feriado em homenagem e consagração à santa. No ano passado, o templo de Aparecida registrou quase 10 milhões de visitas por peregrinos.


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