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  • Foto do escritorErika Bismarchi

Cis, parem que está feio!

Há um tempo que queria ter a oportunidade para falar isso. Acho que nada melhor do que o dia de hoje. Afinal, hoje, dia 28 de junho, é o dia oficial do Orgulho LGBTQIAPN+: dia em que devemos nos conscientizar do quanto nós, brancas (os) e cisgêneras (os), somos privilegiadas (os), e aproveitar para reconhecer, respeitar e se colocar lado lado na luta da comunidade. 


Justamente por estarmos em um lugar mais confortável do que pessoas LGBTQIAPN+, temos a obrigação de escutar e buscar entender o que eles tentam nos explicar há anos: o entendimento das individualidades do que cada letra da sigla representa; o uso do pronome neutro; a importância da tolerância e respeito a cada indivíduo que faz parte (ou se reconhece como parte) desse movimento. 




A luta LGBTQIAPN+ é recheada de histórias de preconceitos, abusos, violências e resistências. Nenhuma conquista foi gratuita: todas elas foram regadas por estereótipos pejorativos, enfrentamentos e muito sangue. Se quiser conhecer melhor a história da comunidade e aprender o significado de cada uma das letras, leia o primeiro post da nossa série “Orgulho LGBTQIAPN+”, que está disponível AQUI.


Pronome neutro


Canso de escutar pessoas, que correspondem aos padrões da cisnormatividade, com deboche sobre o do pronome neutro como “todes”, “amigues”, entre outros… Por que se incomodam tanto em se corrigir? O “todes” ou “amigues” é só um termo que busca a igualdade e englobar as diversidades no discurso. 


O discurso neutro, usado, principalmente, para se referir as (os) trans, as (os) queers, as (os) interssexos, as (os) assexiais e as (os) não binários, viabiliza incluir aqueles da comunidade que não se sentem pertencentes à sociedade. Ou seja, evitar a exclusão de pessoas com base em sua identidade de gênero, sexualidade ou qualquer outro aspecto. 


São engraçadas (para não dizer tristes) as milhares de justificativas de que se utilizam para não usar o termo, como se a linguagem fosse única e intocável. Quando na verdade, por diversos motivos e conjunturas, ela historicamente muda conforme a época, pois tende a acompanhar os avanços da sociedade. Por isso, a mudança é transformadora. Na verdade, enquanto a língua não contempla a todes, é necessário refletir, e, mais do que isso, alterar.  


Tolerância


Como já dissemos, no segundo post da série, (para ler, clique AQUI), o Brasil é o lugar que mais mata pessoas da comunidade LGBTQIAPN+. Isso acontece, muitas vezes, porque falta tolerância, respeito ao próximo e conhecimento sobre o assunto.


Dito isso, até quando vamos usar argumentos religiosos ou morais para reforçar a intolerância contra a comunidade? Precisamos ter respeito e empatia. Como já disse o grande Dráuzio Varella: “que diferença faz para você, para a sua vida pessoal, se seu vizinho dorme com outro homem, se a sua vizinha se apaixonou por sua colega? Que diferença isso faz para você?” Ele ainda complementa: “Se faz diferença, procure um psiquiatra, pois você não está legal!” 


Conquistas e Reconhecimentos


A comunidade obteve conquistas relevantes como: a cirurgia de redesignação sexual disponível no Sistema Único de Saúde (SUS); o reconhecimento do casamento entre pessoas LGBTQIAPN+; a permissão para a adoção de crianças; a autorização para corrigir nome e gênero na documentação pessoal e a criminalização da homofobia e transfobia, como crime inafiançável.


Mas não acaba por aqui. Embora reconheçamos as transformações e a criação de políticas públicas voltadas à essas pessoas, ainda há muito o que fazer. É importante abrir espaços para que essas as (os)  LGBTQIAPN+ consigam ocupar. A comunidade, mesmo nos dias atuais, precisa lutar por inclusão e direitos básicos, como a sobrevivência. Você acha isso justo? Não te incomoda pensar que em pleno século 21 há pessoas que morrem por ser quem são? Se não te toca, realmente o problema está com você.





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