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  • Foto do escritorErika Bismarchi

Mulheres que fizeram História

Você já parou para analisar sobre a presença das mulheres na História? Por mais que se pinte a História como algo universal, com protagonistas de todos os tipos, muitas vezes há lacunas. Preste atenção como, na maioria das vezes, essas histórias são contadas por vozes masculinas, que mostram os feitos de outros homens. Parece que poucas vezes as mulheres tiveram reconhecidos sua importância e protagonismo. Será que de fato foi isso mesmo ou elas simplesmente foram desconsideradas e apagadas (muitas vezes, de forma proposital)? 


Para alcançarmos os direitos básicos até os avanços de hoje em dia, muitas mulheres estavam na linha de frente, dando um duro danado, se desdobrando em cem para conseguir dar conta de tudo.  Ao longo dos tempos, as mulheres lutaram muito em busca de direitos, oportunidades, e não foi fácil. Ainda hoje não é fácil ser mulher. Por isso, é preciso conhecer e enaltecer as mulheres que colaboraram com a nossa história. Elas, que fizeram História:


Chica da Silva

Francisca da Silva de Oliveira, uma das mulheres mais ricas do Brasil, nasceu em 1732, no Arraial do Milho Verde em Minas Gerais. Sua mãe, Maria da Costa, era uma africana escravizada e seu pai um português dono de terras, que reconheceu Chica como filha e a vendeu para um médico vizinho. Mais tarde, um contratador de diamantes pagou por ela e mais tarde Chica foi alforriada por ele. 


Chica da Silva e o contratador João Fernandes viveram durante duas décadas um relacionamento amoroso, com 13 filhos, mas por conta da legislação vigente da época, eles não podiam oficializar a união. Mesmo desfrutando de muita riqueza e possuindo muitas terras, Chica precisou enfrentar o racismo (lembrando que estamos falando da época colonial) para se posicionar na alta sociedade e educar os seus filhos: nove meninas e quatro meninos, que sempre estudaram em colégios e conventos de prestígio na região de Diamantina.


Chica da Silva ficou conhecida como uma das mulheres mais importantes da sociedade colonial e esse reconhecimento foi transmitido em diferentes releituras de sua vida, tanto em novelas, livros e filmes. Ela morreu em 1796, com 64 anos, e foi enterrada na Igreja São Francisco de Assis, local exclusivo para brancos endinheirados. 


Bertha Lutz


Bertha Maria Júlia Lutz nasceu em São Paulo em 1894 e morreu em 1976, com 80 anos, no Rio de Janeiro. Bertha foi considerada a maior líder ativista pelos direitos políticos das mulheres brasileiras que o nosso país já teve. Foi ela, por exemplo, que abriu caminho para o voto feminino. 


Após a Semana de Arte Moderna, Bertha Lutz fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, que tinha como objetivos principais “promover a educação da mulher e elevar o nível de instrução feminina; além de assegurar à mulher direitos políticos e preparação para o exercício inteligente desses direitos”.. Essa organização reuniu outras diversas associações nacionais. 


Após muita reivindicação, sob o Decreto 21.076, do dia 4 de fevereiro de 1932, assinado pelo presidente da época, Getúlio Vargas, as mulheres conquistaram o direito de votar no Brasil. Na ocasião, outra mulher fez história em relação ao voto. Em abril de 1928, Celina Guimarães Viana foi a primeira mulher a votar no Brasil, após se alistar para uma votação complementar para o Senado, em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Após a conquista, ela enviou um telegrama para o Senado Federal apelando para que outras mulheres brasileiras tivessem o mesmo direito. 


Bertha lutou durante anos pela mudança na legislação referente ao trabalho da mulher e de crianças, licença maternidade, redução da jornada de trabalho, desenvolveu projetos e ações pela saúde, sexualidade e corpo da mulher.   


Nise da Silveira 


Nise Magalhães da Silveira nasceu em Maceió, em 1905. Ao longo de sua vida de 94 anos, ela deixou um legado com contribuições importantes que influenciaram as práticas e profissionais de saúde mental, não só aqui no Brasil, como no mundo. 


Nesse sentido, Nise foi uma médica psiquiatra que revolucionou o tratamento mental brasileiro ao lado de Dona Ivone Lara. Ela ficou conhecida após contrariar as práticas comuns na época, como as terapias de choques, a lobotomia, em tratamentos de pacientes psiquiátricos e adotou uma metodologia mais humanista e expressiva. 


Uma das suas contribuições mais importantes foi o desenvolvimento da Terapia Ocupacional, incentivando os pacientes a se envolverem com atividades artísticas, como pintura, escultura e outras formas de expressão para expressar sentimentos e emoções. 


Maria da Penha


Maria da Penha Maia Fernandes nasceu em 1945, no Ceará, e ficou conhecida depois de ter sido, por muitos anos, vítima de violência doméstica. Atualmente, ela é uma importante ativista e líder na luta pelos direitos das mulheres e na conscientização sobre a violência de gênero. 


Em 1983, após anos de violências, ela sofreu duas tentativas de assassinato pelo seu ex-marido, o que a deixou paraplégica. Apesar disso, Maria da Penha lutou por justiça e enfrentou as dificuldades do sistema jurídico brasileiro. Após uma longa batalha judicial, ela levou o caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos), o que resultou na condenação do Brasil por negligência e omissão em relação ao caso dela. 


Esse processo levou o Brasil a adotar medidas mais eficazes de combate à violência doméstica, culminando na promulgação da Lei Maria da Penha, que é considerada uma das mais avançadas do mundo no que diz respeito à proteção das mulheres contra a violência doméstica.


Dilma Rousseff


Dilma Vana Rousseff nasceu em 1947, em Belo Horizonte, e foi eleita a 36ª presidente do Brasil. Em seu mandato, ela enfrentou desafios políticos e econômicos significativos, incluindo protestos generalizados em 2013 e uma crise econômica que afetou o país. Foi reeleita em 2014, mas em 2016 enfrentou um processo de impeachment, por conta de alegações de irregularidades fiscais em seu governo, sendo afastada da presidência e substituída por seu vice-presidente.


Ao longo de sua história, Dilma foi uma militante política durante o período da ditadura militar no Brasil, onde foi presa e torturada por suas posições contra o regime da época. 


Sonia Guajajara


Sonia Bone de Sousa Silva Santos, mais conhecida como Sônia Guajajara, nasceu em 1974, em Araribóia, no Maranhão. Ela é uma líder indígena brasileira e se destacou pela luta pelos direitos dos povos originários e pela preservação do meio-ambiente. 


Guajajara é uma ativista incansável em questões relacionadas aos direitos indígenas, à demarcação de terras, à luta contra a exploração predatória dos recursos naturais, entre outros. Ela tem sido uma voz proeminente em protestos, conferências e campanhas, tanto no Brasil quanto internacionalmente.


Essas são algumas, dentre tantas outras mulheres, que merecem destaque no que diz respeito às mulheres brasileiras de raça e graça. Semana que vem, vamos apresentar os nomes de mulheres que são importantes dentro da história da arte no Brasil. Não deixe de acompanhar. Caso você não tenha lido o primeiro post dessa série, recomendo que veja AQUI.  


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